Orange Is The New Black é uma série original da Netflix baseada em um livro de memórias de Piper Kerman sobre suas experiências em uma prisão federal. A série se passa em Litchfield, uma prisão federal feminina de segurança mínima localizada no Estado de Nova York, com a história se desenvolvendo ao redor da personagem principal Piper Chapman que é condenada a cumprir 15 meses de prisão por ter transportado uma mala de dinheiro relacionada a tráfico de drogas. A partir daí somos introduzidos no universo da penitenciária feminina e nas histórias das detentas que ali vivem.
A série vem para retratar de fato um ambiente de uma prisão federal nos Estados Unidos, visualmente o ambiente não deixa nada a desejar com banheiros sujos e quebrados, paredes precisando de cuidados e a prisão inteira precisando de reparos (o que é tocado várias vezes durante as temporadas na história). A linguagem muito peculiar que não se envergonha pelos palavrões e palavras de baixo calão recheados de muitos xingamentos retratam também um pouco do que aquelas mulheres são, do ambiente em que vivem e no que são condicionadas a se tratarem. A trilha sonora apesar de não muito recorrente, além da forte abertura da série trazendo rostos de mulheres bem diferentes umas das outras com You´ve Got Time ao fundo e que traz na letra tudo o que aquelas mulheres vivem dentro de presídios, aparece poucas vezes outras músicas, mas sempre casando com as cenas apresentadas no episódio como forma de complemento.
Orange Is The New Black é uma série original da Netflix baseada em um livro de memórias de Piper Kerman sobre suas experiências em uma prisão federal. A série se passa em Litchfield, uma prisão federal feminina de segurança mínima localizada no Estado de Nova York, com a história se desenvolvendo ao redor da personagem principal Piper Chapman que é condenada a cumprir 15 meses de prisão por ter transportado uma mala de dinheiro relacionada a tráfico de drogas. A partir daí somos introduzidos no universo da penitenciária feminina e nas histórias das detentas que ali vivem.
A série vem para retratar de fato um ambiente de uma prisão federal nos Estados Unidos, visualmente o ambiente não deixa nada a desejar com banheiros sujos e quebrados, paredes precisando de cuidados e a prisão inteira precisando de reparos (o que é tocado várias vezes durante as temporadas na história). A linguagem muito peculiar que não se envergonha pelos palavrões e palavras de baixo calão recheados de muitos xingamentos retratam também um pouco do que aquelas mulheres são, do ambiente em que vivem e no que são condicionadas a se tratarem. A trilha sonora apesar de não muito recorrente, além da forte abertura da série trazendo rostos de mulheres bem diferentes umas das outras com You´ve Got Time ao fundo e que traz na letra tudo o que aquelas mulheres vivem dentro de presídios, aparece poucas vezes outras músicas, mas sempre casando com as cenas apresentadas no episódio como forma de complemento.
A partir da terceira temporada começamos a maior crítica social da série, com a privatização da penitenciária após o governo declarar o fechamento da prisão. Foi a forma que o diretor de Litchfield encontrou de manter seu emprego e a prisão a funcionar, porém os métodos para que ela continuasse na ativa trouxe inúmeros desconfortos a população feminina da cadeia. A primeira mudança consubstancial é na comida que se transforma em uma pasta para que se reduzam centavos de gastos com as detentas e dessa forma se transforme em lucros para a empresa que a privatizou. Coisas de necessidades básicas de dignidade como comida são retiradas das mulheres por conta da ganância das empresas privadas. Fica claro nesse contexto o quanto muitas vezes detentos não são tratados como pessoas só porque cometeram crimes e erros no passado, devem pagar sim, mas direitos básicos devem ser preservados, estamos falando de humanos, gente como a gente.
Nessa temporada a série ganha novos panos para serem explorados. Ainda se tratando da privatização, cortes de benefícios dos guardas se transformam numa mudança no quadro que traz guardas despreparados e sem treinamento para lidar com as prisioneiras e com isso temos uma introdução de um estupro de uma das detentas através da relação dela com um dos guardas. Ainda sobra espaço para o drama da trans Sophia que sofre de preconceito e vê seu caminho sendo traçado á solitária por motivos banais e a introdução de religiões e seitas que induzem ao fanatismo.
É na quarta temporada que é ressaltado os problemas vividos pelas detentas desde a privatização. É chegado assim novas prisioneiras e a partir disso os “quartos” que abrigavam 2 começaram a ter 4 pessoas, superlotação, falta de comida para todas, trabalhos forçados e filas no banheiro impossibilitam as necessidades básicas humanas como tomar banho. Realidade essa que se contrasta com a de Judy King, uma condenada famosa que vive de regalias dentro da prisão. São introduzidos a partir daí novos guardas veteranos de guerra, guardas esses sem a menor empatia que faz com que as mulheres se sintam acuadas por fazerem absolutamente nada. Eles também têm um importante papel na guerra étnica, após um embate entre brancas e latinas, as revistas das estrangeiras se tornam mais abusivas e gritantes.
Seu desfecho então é trágico e introduz a quinta temporada da série, uma cena de protesto por tudo que elas estão passando na mão daquelas pessoas termina em morte, e de uma das personagens mais queridas nas mãos de um guarda que não conseguimos inteiramente odiar. A morte vai além do contexto existente de abusos cometidos pelos guardas dentro da prisão e chega ao tocante do movimento “Black Lives Matter” (vidas negras importam) por se tratar da morte de uma personagem negra. A partir disso a rebelião em Litchfield começa e parte de ações de pessoas que irão sofrer nela.
A quinta temporada, assim, se passa inteiramente dentro da rebelião, são 13 episódios que contam como as prisioneiras se vingaram dos guardas, os utilizaram de refém para conseguir negociar para que houvesse melhoras na qualidade de vida delas e uma vingança pelo acobertamento do diretor da penitenciária ao guarda-garoto que matou uma das detentas por acidente. É explícito todo o descontentamento das detentas pelo o que elas fazem os guardas passarem durante os 3 dias de rebelião. Um deles inclusive vem a óbito por conta dele mesmo: a rebelião começa quando uma das prisioneiras se apropria da arma que ele levou para dentro da prisão e dá um tiro nele. Sem atendimento médico decente, igual ao que todas as detentas têm lá dentro, ele sofre de um derrame e morre sem nenhuma delas ter um pingo de pena e compaixão, sendo descoberta sua morte somente quando as tropas invadem a penitenciária. Piscatella é outro guarda que simboliza toda a autoridade e abuso que os policiais têm sobre as mulheres (que representam a minoria, os negros, os pobres da vida real) e foi morto pela mesma brutalidade policial ao qual ele tratava as detentas.
A temporada tem seu desfecho sem a rebelião ter a resolução esperada para as mulheres da prisão, com todas elas sendo transferidas e separadas, guardas de operações especiais entrando sem o menor cuidado, empurrando, puxando as mulheres e as tratando como nada e um grupo que estava se escondendo dando as mãos e esperando pelo fim.
O objetivo da obra é representar uma população menos favorecida, apresentando temas que lidam com preconceito racial, intolerância religiosa, machismo, representatividade da mulher, assédio sexual, sanidade mental e as diferenças socioeconômicas existentes entre as classes. A sensação é que a série é um retrato da realidade da sociedade em que vivemos. Entender todas essas nuances que o audiovisual nos oferece é uma tarefa exaustiva. A autora mostra em muitas cenas que nem sempre as coisas na vida estão bem claras, nem sempre o errado é totalmente errado e o certo totalmente certo, nada é tão assim preto ou branco.
Orange Is The New Black é recheado de uma trama mais complexa, digressões temporais e personagens contraditórios. Ela se aproxima para tratar uma crítica social com personagens mais humanos e realistas.
Os nichos de mercado precisam cada vez mais se verem representados nesses formatos, para além das imagens tradicionais. A plataforma web permite ainda mais essas tentativas de inovações por terem mais mobilidade do conteúdo produzido e não necessitar agradar um público publicitário cheio de exigências. Essa liberdade de produção é uma abertura para criação de conteúdos originais que atendam às novas demandas sociais.
OINTB vem transformando a maneira de contar histórias e quebrando padrões, começando pelo fato de toda a narrativa abordada na série ser inspirada em acontecimentos reais, ter vindo de uma adaptação de um livro, estar alocada em um canal de streaming fugindo um pouco das plataformas de TVs convencionais que dialoga muito mais com o público jovem de internet e mídias digitais, aproveitando muito bem sua divulgação nessas plataformas e viralizando, o que justifica muito do sucesso conquistado.
A série da Netflix, porém deve ter sido a produção que conquistou mais audiência e relevância para esse tema tão importante, onde dentro de uma ficção podemos ver situações reais enfrentadas por mulheres e homens encarcerados todos os dias, talvez de uma forma muito pior do que a que vemos nas séries e filmes. “Deve-se ter em mente que o contato da população com temas dessa natureza por meio da televisão e do cinema, os torna mais palpáveis, fomentando nos espectadores sentimentos de amor, ódio, revolta, insatisfação com situações da vida real, que ultrapassam a ficção nas telas”, por isso tão grande apelo e sucesso que essas produções audiovisuais conquistam.
Fonte: boraassistir.